sábado, 22 de maio de 2010

Acerca da Democracia

Bom dia Arsénio Mota. É um privilégio a oportunidade ler o seu Blog.

Tinha 7 anos no dia 25 de Abril de 74 e assim nunca me senti vivo em outra sociedade que não democrata. Até ao dia em a minha vontade de poder deu o seu primeiro sinal de existir, acreditei que a vida social era regulada por padrões de uma moralidade inteligente, em que tal como observava no seio família, as leis reguladoras da conduta são formuladas em prol de bem-estar comum. Nunca me passaria pelas ideias que a minha mãe não me deixava comer muito chocolate porque ele o queria quase todo para si. Da mesma forma sempre assumi que o trabalho era o cumprir com uma cota parte no desenvolver das tarefas necessárias ou seja, a mim tocava aspirar o chão da casa e à minha irmã lavar a louça. E tanto a minha irmã vivia num chão limpo como eu comia em louça lavada. Foi grande a perplexidade quando descobri, que afinal em democracia, o chão que eu limpo não pode ser utilizado nem por mim nem por ela e que a ambos está interdita a louça que ela lava. Afinal, o que estado democrático quer é que eu aspire o chão que ele pisa e que a minha irmã lave a louça que ele suja. Explicam: tu podes escolher quem te governa. Mas logo me desiludi ao descobrir que não podia escolher a minha mãe. Em democracia só está a votos um portefólio de madrastas de Cinderela. Acho que posso escolher a cor com que elas se vestem. Explicam: Tens o direito de falar, de dizer aquilo que pensas estar errado. Mas quando chego ao local dos protestos, a multidão aos gritos é de tal forma densa e numerosa que se torna impossível entender ou mesmo ouvir o que quer que seja. E o pior, é que quando me afastava do local, descubro que por detrás deste cenário estão todas as madrastas vestidas de todas a as cores em alegre confraternização... não posso jurar mas diria que combinavam qual delas iria ficar comigo durante os próximos quatro anos.

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