domingo, 16 de maio de 2010

Experiências Quase Morte

As EQM (Experiencias Quase Morte) são provavelmente uma forma da actividade mental que surge em circunstâncias biológicas específicas e anormais e que proporcionam um padrão de consciência descrito de forma análoga por múltiplos testemunhos.

São perfeitamente possíveis de serem explicadas como um efeito cuja causa é determinada por um determinado padrão cerebral que vai proporcionar o universo mental que lhe corresponde.

A morte por definição, é um processo irreversível e assim sendo, as EQM são do domínio da vida, ou seja, como estar quase morto não é estar morto estas fazem parte integrante da experiencia mental que a vida é, não parecendo pois passíveis de serem utilizadas como provas da imortalidade da alma.

9 comentários:

  1. Mas já chegaste a alguma conclusão?
    Embora as EQM não sejam passíveis de serem utilizadas como provas da imortalidade da alma, acreditas ou não nessa imortalidade?

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  2. Olá Elsa.

    Do ponto de vista da crença religiosa, eu sou agnóstico na linha de Kant. Isto significa que apesar de entender Deus como sendo inevitavelmente necessário, não creio que o Homem tenha possibilidades de o experimentar. Neste link http://taprobana-cenagaga.blogspot.com/2010/05/criacionismo.html está editado um texto que justifica um pouco mais esta minha posição actual.
    No entanto, como não sou adepto da "religião Darwinista",ademito a possibilidade do processo evolutivo ser fruto da evolução do principio inteligente, o que não passa de uma hipótese especulativa ainda que reforçada pelo facto de que, aquilo que defino como inteligência, ou seja, o potencial da capacidade de utilização e gestão dos recursos mentais, ou seja, aquilo que em ultima analise é determinante para a elaboração de uma identidade que é única e que define um ser,não está inscrita no DNA, como tal, impossível de estar contida em qualquer justificação evolucionista ao nível das explicações genéticas. De momento fico por aqui, teria muito a partilhar contigo nesta troca de ideias, mas fico muito interessado em "escutar a tua opinião.

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  3. Podes explicar o teu entendimento de Deus como sendo algo inevitavelmente necessário?

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  4. Sim, claro. É um prazer. Mesmo tendo em conta que a mente é um produto biológico, continua a ser necessário um agente indutor que é responsável não só pelo "activar" dos processos mentais, portanto pela sua criação, como também é a "coisa" que os "utiliza" e que os "gere". Assumo a "Inteligência" à falta de um determinador mais adequado, como sendo o actor que desempenha este papel. E esse atributo, terá de estar forçosamente acima daquilo que é a mente biológica, ou seja, é a causa primeira e determinante do tipo de realidade com que a vida se depara ao ser e assim sendo existiria a priori de qualquer experiência e como consequência pré-existiria ao processo que determina a vida.
    Do ponto de vista experimental, a neurobiologia utiliza indutores que provocam reacções emocionais na mente humana. Ora quando esses indutores são desligados, o cérebro continua a ser induzido, ou seja, existe um indutor que é responsável pela plasticidade que caracteriza as ligações sinápticas (ligações entre neurónios que desencadeiam um determinado mapa mental).
    Quando doente ou vítima de um trauma, o cérebro pode perder competência para o desencadear de experiências emotivas, racionais ou mesmo de consciência de si, no entanto tal não demonstra a inexistência desse "indutor inteligente", apenas demonstra que este necessita do cérebro para se poder expressar. É evidente que se o teu computador avariar, apesar de continuar a ter-te ao comando, fica inibido de responder a esta nossa troca de opiniões.
    Assim, a necessidade da existência de um princípio inteligente parece ser inevitável. Esse princípio é o responsável por tudo aquilo que é a "Criação do Homem". Da mesma forma, como não perceber a evidente necessidade de uma (ou mais) inteligência que é responsável pela criação da vida, da morte, de todas as coisas que compõem a nossa dimensão universal de vida? Por estes motivos não acredito que o acaso possa ser gerador da criação. Da mesma forma que quando encontramos uma pedra lascada identificamos a presença de uma inteligência que a cria, observando a vida é impossível não identificar uma inteligência responsável pela sua organização cuja complexidade parece situar-se acima da capacidade inteligente do Homem. Termino por agora, não sem antes referir que este tipo de raciocínio especulativo em nada pode ser adoptado na defesa daquilo que é a noção de uma "moral religiosa", ou seja, na identificação de Deus como sendo aquele que impõem as noções de bem e de mal que é ditada pelas leis humanas. Não é nisso que se trata neste momento.
    Obrigado pela tua amável atenção. Fico feliz por poder contar contigo como uma amiga mais.

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  5. Joaquim,

    é muito difícil acompanhar o teu ritmo de processamento de informação. Confesso que conseguiste abanar os alicerçes que demorei alguns anos a construir.
    Deixa ver se eu consigo perceber o que vai nessa cabecinha.
    Deus é inevitavelmente necessário. Acreditas no princípio inteligente que vai evoluindo. Já viveste situações que a ciência não te consegue explicar.No entanto o teu lado racional não te deixa aceitar como verdades aquilo que a ciência ainda não consegue provar. Aceitar algmas experiências como fenómenos mediúnicos, obriga a admitir a existência do mundo espiritual, o que a ciência também não consegue provar.
    Tudo bem, quando se trata de situações que só o próprio pode confirmar, como visões, ouvir vozes, psicografar, etc, podemos ainda admitir que são alucinações, animismo, ou coisa que o valhe. Mas e quando se trata de fenómenos de efeitos físicos,como as mesas girantes que intrigaram Allan Kardec, deslocações de objectos, materializações de espiritos, o que é que a ciência diz sobre isto?
    Concerteza não diz nada.
    A ciência também é feita por homens ainda limitados.
    Uma coisa eu sei: para uma pessoa, não direi minimamente, mas medianamente inteligente, penso que é fácil de perceber que o Universo não pode ser fruto do acaso.
    No entanto vou continuar à procura.
    Agradeço que continues a escrever sobre estes temas.
    Muito obrigada.
    Beijinho.
    Elsa

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  6. Recuso-me a acreditar que a imensa multidão de indivíduos que juram perante Deus que detêm uma forma de sensibilidade incomum são todos mentirosos. Também me recuso a acreditar que não existam uma meia dúzia de aldrabões e mais outra meia dúzia de brincalhões e também um ou outro charlatão, lol.
    No que diz respeito aquilo que comummente se designa por fenómenos de efeitos físicos, a posição que penso ser mais prudente neste momento e a de aceitar como possíveis as múltiplas hipóteses que justificam de uma ou outra forma esse tipo de comportamento da matéria, sem que por isso, me deixe de sentir intrigado acerca da natureza aparentemente inteligente de algumas dessas manifestações. No entanto, como estamos a debater ideias e somente é possível conversas acerca daquilo que faz parte da experimentação comum e universal da vida, as inúmeras sugestões que tentam explicar esse tipo de manifestações incomuns tanto ao nível dos sentidos como acerca do comportamento da matéria, são todas elas validas.
    Com tudo isto quero dizer, que não parece ser prudente tanto a atitude que ignora esta estranha realidade, como também a precipitação temerária na afirmação da constituição de prova acerca daquilo que são as crenças ou os anseios de imortalidade e liberdade individual.
    Já a evidente natureza inteligente do tudo aquilo que é o universo, é um facto que a ser desmentido colocaria em causa, por concordância de razões, toda e qualquer demonstração empírica daquilo que conhecemos da vida e dos mundos.
    Termino com uma sugestão especulativa acerca da eventual correlação entre as recentes descobertas de matéria não bariônica (não constituída essencialmente por protões e neutrões e por isso não percepcionada através da sensibilidade humana comum), de energia escura (uma forma de energia que apesar de não ser detectável terá forçosamente de existir para justificar o comportamento dos objectos celestes) ou mesmo o desconcertante comportamento da matéria ao nível da mecânica quântica, com este tipo de singularidades nesta conversa abordadas.

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  7. Está bem, vou seguir a tua sugestão.

    Lá está, a Geminga, que é um pulsar ou estrela de neutrões (não sei se estou a dizer alguma asneira), porque é constituida só por neutrões, não se vê, mas existe.

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  8. Este comentário foi removido pelo autor.

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  9. Sim, mas aquilo que é a matéria escura é algo ainda mais estranho. A estrela de neutrões continua a ser matéria bariônica, é detectável. A materia escura não existe no nosso universo sensitivo, somente especulamos acerca da sua necessária e inevitável existência porque a matemática a isso nos obriga, seja para justificar teorias da física, seja através da influencia gravítica que esta provoca na matéria comum. No entanto de momento é só isto. lol

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