O Coro dos Realizadores da Escola de Cinema do Porto, sobem a rua da Bainharia e param em frente ao numero trinta e três. As portas e janelas desta casa estão completamente tapados por tijolos vermelhos. “Vamos filmar!” – Afirma o Mestre. “Porto - State of Art” – pode-se ler no seu inseparável chapéu. O.k. Vamos lá! Esta cidade respira uma saúde leve, descompremetida.
O povo da rua Escura, sai das suas casas e acompanha com entusiasmado interesse as nossas movimentações. “Dona! Podemos entrar na sua casa para colocar-mos panos vermelhos na janelas? É para fazer um filme!” – “Claro que sim!” – Afirma! - “Dona! As nossas actrizes querem pôr-se á janela de suas casas com a face tapada com véus negros! Sabe, já fizemos um filme azul, um outro vermelho e, agora estamos a rodar um filme negro!” – “Sim, podem, podem!” – Afirma! – “Dona! Podemos usar a sua electricidade? E os seus quartos para trocar-mos de roupa?” Sim, estejam como em casa!” – Afirma! – “Querem comer algo?”
Meia-noite. Sentados sobre pedras seculares, com a alma pintada a negro, à luz do fogo, filma-se a magia, o mito, a crença tendo como única testemunha, a igreja dos Grilos.
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