O que resulta de mecanismos cerebrais é aquilo que denomino por raciocínio, ou razão, que é uma operação lógico-discursiva mental, de onde são retiradas as conclusões provenientes das premissas tidas em consideração.
A inteligência é a capacidade potencial para a utilização dos recursos mentais, ou seja, a causa que determina e caracteriza um efeito. E esta não se encontra em qualquer sistema cerebral.
Pode uma máquina ser dotada de capacidade racional que é delimitada por aquilo que a inteligência que a criou lhe conferiu, ou seja, a máquina poderá deter “recursos cerebrais”, mas não tem qualquer tipo de capacidade potencial para um desenvolvimento autónomo através desses recursos, ou seja não tem inteligência.
O produto da minha razão admite que do ponto de vista neurobiologico, está demonstrado que todas as emoções e sentimentos são resultado de mapas cerebrais e que estão identificados os locais do cérebro cuja actividade resulta nesse tipo de efeito.
Tudo aquilo que constitui a mente humana é um efeito resultante da actividade do cérebro, que pode inclusive ser manipulada através de impulsos externos provocados.
Vivenciar alegria ou tristeza, amor ou ódio, coragem ou medo é uma resultante daquilo que os mapas do cérebro determinam como consequência daquilo que os sentidos proporcionam à mente.
Da mesma forma, a vontade está contida neste tipo de processos causais, assim como a fé ou a ausência dela.
Para além disso, o cérebro é também ele o responsável por aquilo que é designado por razão, ou capacidade racional. Se algumas das suas estruturas forem anuladas, essa capacidade humana deixa de estar disponível.
O mesmo se passa com a consciência de si. Para ser consciente, para reconhecer a sua existência, o Homem está dependente de funcionalidades cerebrais.
Assim, está inscrito no DNA de cada Homem, aquilo que a sua realidade mental é, ou então aquilo que vai ser um dia.
No entanto, resta a inteligência ou a capacidade inteligente do Homem, ou seja, a competência que este tem para gerir tudo aquilo que a mente lhe proporcionara como sendo a sua realidade de vida.
É este atributo que não se encontra no DNA, nem está determinado por qualquer tipo de mapa cerebral, ou seja, é um atributo que está para além daquilo que o Homem é enquanto ser animal.
Essa capacidade inteligente está presente em tudo aquilo que é a matéria. O resultado da actividade biológica levada a cabo pelos microrganismos que constituem os corpos vivos, apesar de não terem cérebro, tem capacidade inteligente, demonstrada através do resultado preciso e acertado das acções que levam a cabo e que determinam a sua função.
A matéria, do ponto de vista da física, resolve de forma inteligente aquilo que é necessário para que esteja assegurada a sua integridade funcional.
Esta linha de defesa de tese, suporta então a evidência de que o atributo inteligência não é de natureza animal, é indispensável para que os processos de causalidade cumpram os objectivos a que estão determinados e assim, necessariamente um atributo partilhado por tudo aquilo que constitui o universo.
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