sexta-feira, 7 de maio de 2010

Sensações místicas são resultado de lesões cerebrais?


Na “Nature” está publicado um artigo acerca das suspeitas de que as sensações místicas são resultantes de lesões cerebrais.


Tudo aquilo que compõem um determinado universo mental parece ser uma consequência determinada pela fisiologia e pela anatomia que o cérebro disponibiliza ao ser, no entanto, uma vez mais aquilo que é essencial continua para lá de toda e qualquer suspeita ou verificação factual, ou seja, o que é a inteligência e quais são os mapas cerebrais que a determinam e caracterizam... acontece que a resposta a esta questão é impossível de ser obtida através de qualquer tipo de metodologia dogmática, pois inverte o sentido dos processos da causalidade... António Damásio empurra para a genética este problema mas afinal está a inteligência inscrita no DNA?

Uma outra questão que me sugere esta leitura é a seguinte: até que ponto pode ser o cérebro “normal” responsável pela inibição de recursos biológicos ao nível da sensibilidade, ou seja, de que modo pode uma alteração da anatomia do cérebro e não necessariamente de cariz doentia ou traumática, criar condições para que a sensibilidade possa proporcionar um nível de entendimento do objecto que se manifesta disponível na consciência de uma determinada realidade mental. De que forma, poderemos afirmar a irrealidade destas vivencias, pois assumem desta forma um carácter empírico de igual legitimidade que têm aquelas observadas através da sensibilidade comum. De novo volta à questão anterior, ou seja, o que é a inteligência e de que forma poderá ter um papel determinante na construção da mente humana.

3 comentários:

  1. Joaquim

    Agradeço ter-se adicionado ao meu blog.
    FIco contente por assim ter conhecido o seu.É dificil encontrar blogs que falem de temas interessantes tais como filosofia, mente humana, universo mental do mundo onde estamos inseridos.Não concordo que sensações místicas sejam resultado de lesões cerebrais, estaria o mundo então cheio de indivíduos com lesões cerebrais. Não sei também explicar de que resultam tais experiências, mas para isso é que exploro e exploro para conseguir alguma resposta.
    Já vou conseguindo algumas, e uma coisa lhe garanto, o mundo inexplicavel tem uma explicação mais simples e singela do que aquela que nós supomos. Não conseguimos, mentes egocêntricas que somos, chegar ainda lá.

    Abraço

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  2. Sinceramente que está em divida sou eu por poder contar com aquilo que nos ofereces com as tuas edições.

    O cérebro humano é dotado de plasticidade, isto quer dizer que consoante a vontade desencadeia-se um complexo processo de causa-efeito infinitamente variável e que é responsável pelo surgir de um universo mental. Para além da vontade, existe também a capacidade ou competência, ou então identidade inteligente que induz, que determina e que gere esse processo. Este é o entendimento especulativo que a minha razão me oferece neste momento, estando naturalmente em aberto a rectificação desta posição se assim a vida mo sugerir.
    Eu sou testemunha de processos sensitivos que aparentemente são incomuns e vulgarmente designados por mediunidade, tanto ao nível da observação empírica, como ao nível da experimentação particular.
    No entanto, da mesma forma que tanto os sentidos externos (a visão, a audição,...) como os internos (o pensamento, o raciocínio, a imaginação,...)fazem parte de uma experiência mental cujo conhecimento empírico (através da experiência) está longe de ser realizado, ou seja, a ciência humana não sabe de que forma a realidade pode ser explicada ou entendida, uma forma de sensibilidade extraordinária cuja disponibilidade neurológica somente se verifica em alguns indivíduos como é o caso da mediunidade também não.
    Assim e reportando-me especificamente para o conteúdo deste artigo de opinião, essas sensações místicas, podem ser passíveis de ser obtidas através da indução externa, ou seja, através da manipulação provocada, como podem muito bem ser potenciada através da indução de um principio inteligente que é uno na identidade de um individuo. As sensações místicas podem ser provocadas, é certo, mas isso não demonstra que não possam ser obtidas individualmente.
    Sinto a mesma aversão ao egocentrismo humano. Aqui está uma crise económica e financeira mundial que prova a incompetência das inteligências que nos caracterizam. É patético observar os egoístas a admitirem que pensaram primeiro em si mesmo e por isso são os responsáveis por esta situação, a troco de mais uma oportunidade de continuar no poder. Surrealista. :o)

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  3. Concordo plenamente, só tenho pena de não conseguir explicar como tu o fazes, (és professor, ou qualquer coisa assim??), mas apesar de não me conseguir exprimir como tu, entendo perfeitamente. Gosto muito do teu raciocínio (lógico e metafísico). Quanto ao egocentrismo humano, todos nós o temos, foi apreendido do mundo que nos é mostrado, apresentado, desde pequenos e transparece em muitos dos nossos actos, reações e pensamentos, conscientes e inconscientes. É necessário e faz-te diferenciar dos outros, no entanto o ser humano como indivíduo de excessos e pouco autocontrol, excedeu os seus limites, o que leva, necessáriamente à imcompetência da inteligência, não direi bem incompetência, mas mal uso dessa inteligência. O homem não sabe usar a sua inteligência, não sabe o poder que tem, e daí advém o caus da sociedade.

    Tenho tido também experiências incomuns, que me indicam, indubitavelmente, a existência de uma inteligência superior.

    Mas esse tema fica para mais tarde trocar opiniões contigo.

    Dorme bem

    abraço

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