terça-feira, 1 de junho de 2010

Acerca de Deus

Olá Joaquim

Custa-me acreditar, e chega a ser praticamente inconcebivel para mim, um Deus que nos "insere" num mundo, no intuito de evoluirmos, tendo para tal que passar por todo o tipo de expiações por não ter sido merecedora em outras vidas passadas e assim ter de pagar aqui (com a mesma moeda), e ainda, todo o tipo de provas, que acarretam uma vasta e brutal quantidade de sofrimento, a todos os níveis possíveis, e que para tal seja obrigada a viver nesse mundo com medos, dor (mental e física), para poder ser merecedora e assim passar de nível e evoluir, sem ter a mínima consciência desse processo e sofrer, sentindo-me muitas das vezes desamparada e perdida!!
Soa-me a um Deus julgador, com regras, conceitos certos e errados, punitivo, arbitrário, sem compaixão por seus filhos (um pai ou uma mãe evita ao máximo o sofrimento de um filho seu), e como tal, muito perto ou idêntico ao comportamento humano! Pressupões um Deus assim?? Um Deus que foi capaz de criar a mais extraordinária e perfeita natureza, inclusive nós "quase" máquinas perfeitas, um vasto Universo com todas as leis imaginárias e inimaginárias possíveis que se entrelaçam numa perfeita sintonia??
Eu não!! 

Conheço muitos casos e relatos de pessoas que já passaram por experiências ditas "estranhas", inclusivé eu, que me comprovam que algo, extremamente subtil, existe mas que nos escapa aos nossos comuns sentidos (tanto que também não poderia desacreditar o vasto e extenso número de pesssoas que relatam seus casos extraordinários que fogem à razão humana, mas não creio que o caminhos seja por aí, e que a explicação/desenlace de todo este mistério que somos nós e o universo onde estamos inseridos seja mais simples e singela do que aquilo que sequer possamos imaginar, e por isso, a minha teimosia de continuar a tentar desvendar a mim mesma o mistério de Deus na minha Vida.


Olá Analuz!

Não, eu não concebo um Deus avaliador e medidor da acção ou da vontade de todas as "coisas" entre elas se encontra o Homem. Por outro lado eu nem consigo conceber Deus, a menos que esse Deus seja um criador cuja inteligência arquitectou e construiu no sentido literal dos termos aquilo que é o nosso universo de vida da mesma forma que a inteligência humana realiza as suas criações. De toda a forma, esta imagem não resolve a questão metafísica acerca da natureza de Deus pois não se insere no inicio de todas as coisas, ou seja, esse nosso Deus particular teria também ele a priori da sua existência algo com que se preocupar, ou seja, independentemente de ser o nosso criador também andaria com as candeias às avessas averiguando quem o criou a ele mesmo. Assim, Analuz, francamente não penso ter nem hoje nem nunca, pelo menos na condição humana de ter qualquer tipo de condições para entender a natureza de Deus, que por definição é um efeito sem causa.

Também parece ser completamente óbvio que aquilo que é a noção de bem e de mal é um produto cultural, proveniente do exercício do poder daqueles que ao longo dos tempos moldaram a vida conforme as conveniências dos seus interesses pessoais. Se não acredito que Deus avalia e mede a vida de cada um, que defina noções de bem e de mal, no que respeita aos Homens, não o aceito, restringindo por completo a submissão da minha vontade de poder às leis que regulam a conduta em termos penais e nem mais uma concessão por mínima que seja.

Claro que sabes, que os textos que aqui são expostos neste espaço dedicado á palavra dos “mortos”, apesar de serem da minha autoria, foram escritos através daquilo que denominamos mediunidade. Independentemente da verdadeira natureza dessa sensibilidade, seja ela de proveniência mental do próprio autor ou de proveniência externa, expressam ideias cuja justeza dos seus conteúdos estão muitas vezes em desacordo com aquilo que a minha vontade pessoal, que a minha razão ou a minha consciência avaliadora da justiça considera correcto, ou seja, mesmo que estes textos seja um produto da minha mente, aquando da sua concepção passaram imunes pelo crivo da minha consciência auto avaliadora.

Por fim e para não abusar do tempo de antena, lol, gostava que comentasses esta ideia: Algures no nosso cérebro, são elaborados mapas mentais que determinam as sensações de bem-estar ou de mal-estar, de tranquilidade e paz ou sobressalto e sofrimento, de felicidade ou infelicidade e cuja proveniência advém da avaliação que nós mesmo fazemos acerca da nossa própria conduta. Que te parece a ideia de que o “castigo” seja auto infringido consequência intima de uma acção não condizente com aquilo que a própria consciência de justiça considera correcto? Nesse caso, Deus estaria completamente inocente perante aquilo que é o sofrimento individual... que te parece esta ideia?



Boa noite Joaquim


Sempre fui de natureza constetataria! Acredito vivamente que tudo aquilo que sinto verdadeiro e que me dá vontade de fazer é a minha verddeira essência, no entanto, sinto-me como que aprisionada num mundo em que me não é permitido ser, sentir e viver de acordo com aquilo que me faria sentir plena e viva!!

O nosso mundo rege-se por atitudes morais aceitáveies, e quando temos a coragem de exprimirmos aquilo que nos vai na alma e que contradiz a dita moral sentimo-nos de imediato apontados, regeitados, rotulados e todos os mais (ados) imaginários, circunstâncias que ninguém quer passar por necessitarmos do apoio e aprovação constante dos demais para podermos sentirnos amados (estou convicta que este é um medo real que todos sentimos porque imaginamos que aquando da morte podemos enfrentar um mundo distinto sózinhos e desamparados) e sem ninguém a quem possamos pedir uma mão, e isso nos aterroriza).

Tal confronto directo com a nossa vontade intíma que grita n na alma e que não consegue meios aceitáveis pela sociedade para ser exprimida, provoca, como não, o sofrimento mental., traduzido em reacções de ira, raiva, culpa, essencialmente culpa, que nos leva, como tu bem supões, ao auto-infringido sofrimento.

No entanto existe em nós, porque o sentimos dentro, outro tipo de sofrimento, aquele que sentimos e que nos arrebata a alma e nos deixa impotentes (como aquele quando alguém que realmente amamos desaparece do nosso mundo real)ou a saudade, o desamparo, a preocupação, ou mesmo, a dor que sentimos dentro que dilacera por motivos só teus, do teu universo mental, da tua maneira especial e única de sentir aquilo que te vai na alma! Não,não acredito que Deus seja responsável pelo meu sofrimento, nem mesmo pelo dos demais, acredito sim que tal sofrimento é razão dum sentir constante de vazio, de falta de algo que sei que é aquilo que faz parte de mim e que me foi privado desde que neste mundo entrei, a união com algo que, mesmo no estado humano, sei definir com o MEU DEUS!!

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